"Para existir grandes escritores, devem existir grandes espectadores também."

segunda-feira, janeiro 25

Mais do que cigarros e cervejas


Calças jeans rasgadas, all star surrado e bottons desgastados na mochila? Mole. Eu poderia mudar a cor do meu cabelo também, quando descobrisse qual cor ele gostasse mais. Eu podia mentir pra sair de casa. Eu podia aprender as gírias e frequentar os mesmo becos. Cigarros e cervejas, eu aprendi a gostar. Eu sei como é ficar bêbada. Agora sei também como é transar. Eu aprendi a sorrir de canto pra fisgar. Aquele mesmo sorrido que me desmanchava sempre. Era tão fácil, mais do que eu pensei. Acho que eu nasci pra ser assim, igual a ele. Eu quase rasguei meu rosto com o sorriso que brotou quando ele se aproximou de mim, mas eu aprendi a me conter e logo fiz o que ele faria. Não foi tão medonho tocar as suas mãos. As unhas dele eram roídas, e as minhas também ficaram iguais no nosso próximo encontro. Acho que ele gostava de roupas intimas brancas, porque eu as vi três vezes. Eu comprei também aqueles sutiãs que aumentam o peito, pra quando ele me visse sem camiseta, gostasse mais de mim. Eu também pintava os olhos de preto e ficava no castigo todos os dias. Éramos tão compatíveis e eu sabia que ele também achava. Meu coração inchou quando ele disse pra eu encontrá-lo atrás do ferro velho três dias mais tarde. Inchou outra vez, uma semana depois. E também, quando já se somava um mês. Me disseram que nos homens, sexo gera amor. E sabe, inchava todos os dias que o mesmo acontecia. Achei até que podia se rasgar, mas isso só acontecera três meses depois. Quando ele começou amarrar os cadarços, pentear o cabelo e usar camisas com botão. Ele me pediu desculpas, mas disse que eu o entenderia, quando eu, algum dia, mudasse quem eu sou, pra que alguém que eu gostasse mais do que cigarros e cervejas, acabasse gostando de mim também.

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