"Para existir grandes escritores, devem existir grandes espectadores também."

sexta-feira, março 11

Conformismo


É fácil lembrar-se que foi feliz, quando tiram-lhe teu motivo de felicidade. È fácil falar que amou, quando tiraram todo e qualquer motivo pra amar outra vez na vida. É fácil falar que sofre, é fácil esconder a dor. Porque a dor que se esconde, é aquela dor que não te afeta, que não te consome. É fácil continuar vivendo, porque quem continua, não sabe do que eu tô falando. É fácil também, dizer que me entendem, dizer que querem me ajudaram, dizer que vai passar. É tão fácil assistir o espetáculo à metros do palco, e este, vale à pena pagar. Dolorido é quem paga com a dor, com a vida, ou com parte preciosa dela. Difícil é continuar. Encontrar outro motivo, digerir o sofrimento e conseguir ir vivendo. Eu que amei tanto, hoje acho que não amei nada, que me entreguei em tudo, acho que nunca fora o suficiente. Isso talvez por eu pensar que seria pra sempre. Porque quando é eterno, a gente aprende a não ligar...

Sorrindo



Antes, eu desacreditava em viver e de ter vontade de viver, achando que o peso que eu carregava, me impossibilitava de caminhar, mas não. A verdade é que a gente se surpreende - quando é obrigado - com a força que tem. A força de fazer as coisas mais banais do dia-a-dia e ainda sim, sorrir. Antes doia escovar os dentes, talvez pela força desnecessária que eu adicionava aos movimentos, e estes, os quais me faziam sangrar; mas mesmo tendo sangue, era só o ato de escovar os dentes. Doía sim, só que doía mais a força gigantesca que eu fazia pra levantar toda manhã e me pôr a escovar... Porém, logo a gente aprende que nem tudo que tem sangue, acompanha a dor. Que nem tudo que pesa, precisa machucar. E, que nem tudo que ainda está vivo, precisa morrer. Assim eu escrevia, passo à passo, como é ter um coração, e, acordava todos os dias, fazendo toda a força do mundo pra levantar e me sangrar escovando os dentes. O engraçado é, que à cada dia que passava, se tornava mais fácil aguentar minha própria dor. Não importava mais o esforço que eu fazia, não doía, e era bonito viver. Eu via um sorriso branco, branco como qualquer luz de fim de poço, e conseguia passar à próxima etapa. Fui criando assim um manual de auto-sobrevivencia e descobrindo como é importante sangrar, pra continuar vivendo.

terça-feira, março 8

Anota



"A maior lição que tirei da vida, é que tudo que ela tê dá, ela te tira. Viva o intervalo, pois mais importante que saber aproveitar os momentos, é aceitar a sua duração"

domingo, março 6

O voar do tempo


Somos todos hipócritamente imortais, pois nunca consideramos a perda como um acontecimento inesperado. Como quando não fazemos certas coisas por acreditar que haverão outras chances. Ou que pelo menos, aquela pessoa continuará viva por muito tempo, mas as vezes não. Principalmente para nós. Se aprendêssemos a viver com a real ideia de que cada dia passado, é um dia à menos, começaríamos a respeitar nossos sentimentos, e principalmente, os do outro. Lembre-se: Você tem 50% de chance de continuar vivo amanhã, e muita sorte, por estes mesmos 50% terem dado certo até hoje. Nada é eterno, adapte-se à esta ideia.