"Para existir grandes escritores, devem existir grandes espectadores também."

quinta-feira, abril 29

A jogada


Eu não queria pedir muito não, aliás, eu não queria é pedir nada. Mas é justamente esse querer que me implica, quando, o que eu quero mesmo é que entendam, sem que eu peça, sem que explique. cada um por si, não é tão difícil, não é tão fácil assim. É só abraçar o meio termo, o que era e não foi, o que foi e não é. Só entenda, que tudo é por conquista. E quanto mais se aprende mas necessita aprender. E, sem terminar em clichê, sem reduzir-se ao mocinho, ao galã, ao vilão. Todo mundo é parte do mesmo todo, da mesma merda, do mesmo topo. É tudo tão mais complexo que personalidades definidas, quem dera se não fosse, mas eu sou, você é, eu tenho, você tem. Se eu me corto, eu sangro, se eu me queimo, arde, se eu não durmo sinto sono
se não como, sinto fome. Você também, e tem seus medos, tem seus buracos negros por aí, perdidos, escondidos. Tem seus sonhos e super novas, também se surpreende com quem achou que jamais ousaria notar. Também se decepciona com pessoas que pareciam
ser tão confiáveis, e nisso cabe até você mesmo. Porque não? O indefinido, você sabe que, também não queria que fosse crucial, a graça vem da surpresa. Eu não queria te avisar, aliás, queria que já soubessem daquela regra do dominó. Se caí um, caí todo mundo. Assume: você também precisa de mim. Aquela regra do castelo de cartas: Se o lá de baixo caí, o se cima despenca. Assumo: Eu também preciso de você.

quarta-feira, abril 28

Viajante


Sabe, lá de onde eu venho só existe mais duas ou três pessoas, tão perdidas quanto eu. Mas nem sei se são duas ou três, ou quase duas ou quase três. Perdidas dentro de si, amontoadas sob aquela casca de mágoas. Isso tudo é muito novo pra mim, o não chorar, o sorrir. Você há de me perdoar, é tudo uma questão de vivência, de dar e receber. Novidade. Eu só tenho medo de me perder nisso aqui que vocês chamam de amor. Mas, ao decifra-lo, poderei então respeitar. Só tenha paciência comigo e um pouco desse tal amor aí, que pra mim, é tão novidade, quanto sou eu, pra você. Pra vocês.

Enquanto ele dorme


Não me importa se você tiver uma casa gigante com milhões de quartos, o que eu quero é uma cama pequena, minúscula, e apenas uma. Uma que obrigue a gente se enroscar pra dormir. Pra sonhar. Pra me sentir completamente feliz por estar lá, e, por não ter hora pra sair daquilo, do nosso mundo. Da nossa cama. Que eu te acorde enquanto me estico, pra você me abraçar de tal forma que me faça dormir outra vez, o dia todo. Onde o tempo não faz diferença, onde não existe horas exatas para estar ali. No nosso mundo. E, quando você definitivamente se cansar de manter os olhos fechados, eu quero ser a primeira imagem que tome conta do seu dia, da sua tarde, da sua vida. Todas as manhas, quando você acordar, quero que me veja ao seu lado, ou, que sinta meu cheiro no travesseiro se eu não estiver ali, e se isso acontecer, que feche os olhos e imagine, como tantos e tantos dias foram. O que eu quero de você, é ser a lembrança mais bonita, ser a melhor companhia, poder fazer você sorrir. Contemplar o teu sorriso. Compartilhar o meu, enroscar com o meu. Quero ser os seus ouvidos, quero que meus ouvidos sejam teus. Quero ser o teu abrigo, o teu colo, o teu calor. Quero que teu braços e abraços me pertençam. Quero sua mão na minha, teu colo no meu, nosso enrosco, nossa confusão. Quero ser ainda, tua harmonia, tua crença, teu ponto de paz. Mas, também a confusão, o teu maior medo, tua dor. Quero ser a única que divida a mesma cama com você, aquela ou qualquer outra em que você deite, em que faça deitar. Quero ser a única a contemplar teu sono, a vigiar teus sonhos, a ver os teus sorrisos, a te fazer sorrir, a sorrir pro seu sorriso, a chorar por tuas lágrimas. Eu quero aquela cama num domingo à tarde, pra compartilhar os meus sonhos, a nomeá-los, dar nomes á nossos filhos, gatos, cachorros, medos. Eu quero ser tua lembrança mais bonita, o final mais triste, a saudade lancinante. Eu quero morar na tua memória e dormir enquanto acordas, e, acordar enquanto dorme. Nos teus sonhos, conscientes e inconscientes, vir á tona, roubar a cena. Que quando sorrir, eu apareça, quando chorar, que eu não vá embora. Quero você dormindo quietinho, pra sempre. Abalando ou não minha vida, pra sempre. Sonhando. Mesmo se eu não estiver mais ali para contemplar, vigiar. Pois certamente eu estarei, em outra cama, maior, dentro dos sonhos de outro alguém, melhor; desejando estar ali, com aquele medo, aquela paz. Abalando o que você nunca deixou de abalar. Enquanto eu durmo.

terça-feira, abril 27

Purpurina


Saudade não, isso pra mim não existe. Não mais agora, que passei a ver a vida como um punhado de purpurina. Tão pequena, frágil. Linda. Reluzente, porem leve. Tão leve que é levada pelos leves sopros que impomos, e, guiada pela brisa do acaso. É mágico ver aquelas míseras partículas contagiantes dançando pelo ar, mesmo sabendo que elas nunca voltarão. Mesmo sabendo que nunca cairão no mesmo lugar. Ainda é mágico, ainda é lindo. Mas é lindo exatamente pelo processo não se repetir. Cada sopro é único, e lindo. Saudades não te fazem ver o próximo sopro, nem assistir a próxima brisa. Então por mais que seja curto, não perca o gostinho de brilhar um pouco. De se perder por aí. De voar. Esqueça o pouso, concentre-se apenas em se perder por aí. Por aí.

É por você


Não é egoísmo, é compaixão. Você deveria ser melhor, deveria ter os pés no chão. Deveria não sofrer tanto com o que as pessoas fazem com suas próprias vidas, elas não te pertencem, você deveria saber disso também.Você deveria se vestir melhor e parar de se envergonhar com coisas que você não pode mudar. Coisas que nem suas, são. Deveria assistir menos jornal, aquilo só te mostra o quanto a televisão coloca medo nas pessoas. E faz anos que te vejo seguir movido por ele, por esse medo gigantesco, medo da morte, medo da vida, medo da insatisfaçao. Três coisas que você lida a anos, e ainda não se acostumou. Não porque acha que pode mudar, você nunca tentou. Mas, por viver reclamando pelos cantos. A insatisfação nunca mais te abandonou, aquela que acorda ao seu lado todos os dias, sua cama não está fazia, não. Vazio está você, eu, estou cheia disso tudo. Dessa sua mania de calar quando um olhar perdido mendiga uma palavra de conforto. Dessa sua mania de quebrar sorrisos com as palavras que estavam amontadas aí dentro, insatisfeitas. Não é por mim, é por você. Eu nunca assisti à todos os seus erros, e você também nunca vai assistir a todos os meus, talvez você envelheça dez vezes mais rápido do que eu pense, ou talvez eu te desconheça na próxima manhã que você vier me acordar. Isso que me motiva, manhãs desconhecidas. Todas as manhãs quando eu ainda não tenho com o que me crucificar, quando ainda não tenho seus palpites e opiniões ofensivas tentando abalar o que de mais meu, eu tenho. Manhãs frias como teu olhar, ou quentes, como o calor e aconchego que teus braços tinham anos atrás. Quando eu era apenas uma parte de você, indefinida. E essas manhãs me motivam seguir ao teu lado, cada vez mais distante, cada vez mais dependente, mesmo quando o cada vez, é menos desejado. Eu não posso me desfazer agora, nem você pode desistir, mas, eu queria que desistisse, queria que ao menos uma vez me deixasse em paz, dormindo. Não que fosses embora, agora é tão tarde pra radicalizar, eu só queria ir para um lugar melhor. Aonde encontre lembranças boas de você, fantasias boas de você. Por mim, por nós, por você. Só queria que me acolhesse no teu abraço ao menos mais uma manha. E que esquecesse dos outros lá fora, das suas crenças, das suas dores, dos seus medos. Eu sei que ainda posso acordar ao teu lado por mais um ano ou dois, quem sabe. Mas isso não é por mim não, é por você.

segunda-feira, abril 26

Se considerar é facil, difícil é convencer



A única maneira de crescer, é estar rodeado por pessoas melhores do que você. Ninguém nasce grande. Torna-se grande. E, as maiores pessoas que eu conheci, nunca se deram conta disso. Pois isso, era o que menos lhes importavam.

Ou você mata, ou você morre


Difícil não é pedir desculpas não. Não enquanto o momento tá ali, em overdose na sua frente. Quando a dor no seu grau maior, te cega de qualquer outra sensação. E você diz: eu sinto muito. Aquelas três mediocres palavras gigantes, pesadas, necrológicas, abrem voo e se perdem com delicadeza em meio a dor. Foi fácil. Qualquer coisa que dissolva a dor é fácil, que disfarce, que desfoque. Se for um sorriso, fácil. Uma lágrima, fácil. Um grito, um vaso quebrado, é fácil. É fácil ver a dor se desfazendo. o que não é fácil, é sentir. É sentir outra vez, reviver. Dobro. As desculpas fazem isso, fazem cultivar aquela ferida que virou um ponto de questionamento, a culpa-não-é-minha-é-nossa, essa dor que não quebra, não dilui. E você quando tem que admitir, dói tanto. Admitir é a dor da certeza. A dor da verdade. Assumir dói, ainda mais quando está distante, ainda mais quando já se cria um enredo todo botando a culpa bem longe de si, fazendo seu signo, ou seu remédio, ou o cara que te xingou no transito naquela manhã ter mais culpa que você. Porque aí, fica fácil. Aí não é dor, é abuso. Inteligente é quem se mente, não quem se mete em situações dolorosas por aí. Que diz o que lhe convém em voz alta e o corpo todo trabalha esculpindo aquela frase, isso é inteligencia. Máquinas são inteligentes, razões são inteligentes. Mas não há quem já vira um dogma sair por aí lamentando qualquer coisa. Queria eu, ter a maneira de me auto-convencer, afinal, o auto convenci não anula um dor futura. A dor dói, o que não dói é o doí. Por isso essa coisa de sofrer sozinho, é como a bolinha de ténis: Você quer mesmo que a dor vá pro outro lado, e torce, torce pra que errem e os pontos venham pra você. Essa dor completa é tão sofrida. Afinal, é uma dor somente sua, não se reparte como a bolinha de frescobol, que quando cai, ambos perdem. Isso de sofrimento unânime é burrice, já que enganar os outros é tão mais fácil, é só maquiar a culpa e entrega-la com fitas de cetim. Pronto, passou sua vez. É fácil enganar os outros, difícil é ser inteligente pra manter-se enganado. Você não sofre por alguém que não faça a dor ser merecida. Complicado. Mas, se você consegue passar marcar um ponto no ténis, o que lhe falta é se preparar para a dor póstuma. Quando morre a desculpa, morre a capacidade de se desculpar e dizer aquelas três palavras gigantes não é tão difícil assim de se dizer. Difícil é mentir pra si, é confiar em si, sem logo, perder essa auto-confiança. Cadê o foco? Ou você mata ou morre. ou a desculpa morre, ou a culpa morre. Ou você mata, ou você morre.

domingo, abril 25

Os quatro motivos


Você pode ter ideias ótimas, mas não são as ideias que vendem, e sim, a maneira com que você convence o quanto valem a pena. Você pode ter o maior amor do mundo, e mais aquelas três coisas que fazem pessoas se amarem: A admiração, a satisfação e a realização. Mas nem sempre os ção, são. Na maioria das vezes, o único motivo é amar mesmo e pronto, sem motivo nenhum. E eu garanto que essa falta de motivo é o que motiva mais a duração. Quando você sem nenhuma motivação, abre os olhos pela manhã, e ainda na cama se revirando, tira toda a poeira do amor. Há quem veja que não são três motivos, são quatro. Duas vogais, duas consoantes e dois idiotas.

Você não se cansa


Eu não quero me cansar de você não. não quero me cansar outra vez, porque cansar também cansa. Então eu fico procurando milhões de maneiras de me completar a partir daquilo que você me dispõe, e, os dias passam. As maneiras também se cansam, já não eram muitas quando te conheci. Eu comecei a gostar da maneira que você canta, depois, da maneira ridícula-engraçada que você se veste. Sabe, você não tem muitas coisas pra se gostar, mas eu, tenho milhões de maneiras de lidar com isso. Sorte a nossa. Trocar cansa, gostar cansa, esgota. Antes, eu me irritava com suas perguntas repetitivas com a mesma resposta, aí cansei: Mude as perguntas, já que não mudo as respostas. Mas aí pensei que daria muito trabalho esperar algo de você, e sabe, esperar cansa. Mas dessa vez, eu estava tão cansada de ver o quanto você não era bom o suficiente comparado aos outros, que também cansei. Então, enquanto eu conseguir não me cansar de você o suficiente pra me cansar de nós, eu vou levando. Eu me canso por nós dois, afinal... Você nunca se cansa.

sábado, abril 24

No final eles ficam juntos, ou não


E se eles realmente se gostarem, adianta alguma coisa? Não, agora não. Já foi o tempo em que alguém poderia mexer alguns pauzinhos e trajar um novo rumo praquela história sem fim. Não é que agora teve um fim, não. É só que agora não tem mais rumo algum. Só se leva pra frente, se empurra com míseras conversas imcompletas repletas de tudo-bem-obrigada. Não se vai muito longe quando apenas se anda pra frente, eu sei. O desvio de rota não é normal, não quando se perde todo o foco da estrutura, agora não tem mais um final feliz, não. Nem um feliz vai ter, ao menos tivera, afinal, o feliz nem sempre está no fim. O nosso feliz era no meio, no início, agora não. Agora é somente um tudo-bem-obrigado, um estou-muito-arrependido. Mas de que adianta? O desvio não foi de conduta, foi de rota. Quando um jurou que o outro não queria, então, os dois pensaram assim. E morreu a história, porque os dois achavam que um não queria que ela continuasse. Então, misericordiosamente um deles, deu um novo fim aquele começo. Mas, nesse fim não cabe os dois, cabe três. Um chorando, num canto sozinho, enquanto o outro chora sozinho à dois.


E olha que o outro lá nem gosta... Mas sofre, porque sofrimento é uma doença. Contagiosa.

Não deixa de ser


O céu e o mar, não se unem, não se cruzam, não se tocam. Mas você já reparou como são infinitamente azuis?

Nunca se sabe


A gente nasce sem ter ideia do que vai acontecer, mas morre com a plena certeza do que está por vir. Porque? Porque a morte não é algo que aprendemos na escola e nos faz brincar de casinha quando temos 6 ou 7 anos? Você sabe que vai casar, sabe que terá filhos, que vai trabalhar, e por muito tempo acha que vai ser professora ou jogador de futebol. Mas o morrer, aonde fica? Não fica, ele vai. Você nasce, pronto. Já ta pronto pra morrer, Não tem como se prevenir. Você não fuma, não bebe, faz todos os exames, dirige com cuidado e pegue uma gripe desconhecida, sua casa despenca, ganha uma bala perdida. Ou não. Você fuma, você bebe, pouco liga pra médicos. Come carne gorda, passa o dia com a bunda na cadeira, e, revive isso por uns 30 anos. Morre com 99, com 8 filhos, 15 netos, 2 gatos e centenas de pessoas pra chorarem por você. Aonde tá a lógica disso tudo? A parte do merecer? Porque você foi na igreja a vida toda ouvindo um milhão de forma de ir pro paraíso. Um milhão de amar o próximo. Que próximo? Aquele sujeito da bala perdida? Ou aquele que te passou a doença incurável? Morrer é cliché. Você pode ser piloto de avião, ser bailarina, ser professor, ser até médico. Mas você morre como todo mundo. Aí, era só isso? Era. Pra morrer basta estar vivo, basta respirar, basta dormir, basta qualquer coisa. Coisas que sem sempre te bastam. Você perde a melhor festa pra ir na apresentação de escola da sobrinha de não sei quem, e depois morre. Perdeu. Ou não, você marca de ir naquela festa, e não vai, porque morre também. Qual é a saída? Na verdade, não há saída. Não existe o fim da vida, não espere por ele. A vida já é o fim. Então não perca mais tempo. Não minta. Não faça o que não quer. Não suporte pessoas ou situações. Essa pode ser a sua ultima chance, e talvez seja. Talvez as chances nunca venham, então, corra atrás. Corra atrás de quem você ama, de quem quer por perto, essa questão de envolver alguém é sempre mais perigosa. O perigo é em sobro, duas vidas. Duas chances de não dar certo. Por isso, não lhe permita ensaios, desfeitas, mentiras. Não engula sapos, não contenha sentimentos, não esconda. Viva! Apenas viva. Você não sabe o que vem primeiro: Seu funeral ou seu próximo sorriso. E se cada dia que passa é um dia a menos, faça ao menos esse dia perdido valer à pena.

sexta-feira, abril 23

O amor é isso


É incrível, parece que amo tanto as pessoas que tenho, que meu medo de me apegar à outras, me impede até mesmo, de tomar as antigas de volta. As que vão se perdendo, se debulhando por aí. Aquelas que eu um dia eu jurei ser pra sempre. Todas elas eu jurei ser pra sempre, e nenhuma foi. Nenhuma vai ser. Sabe porque? Porque não cabe mais aquele amor gigante no meu peito, não tem mais espaço suficiente pra um melhor amigo ou um grande amor da minha vida. Não tem mais lugar pra isso, agora, todos são categoricamente iguais. Um tanto de amor. Um tanto de compreensão. Um tanto de egoísmo e pra finalizar, meu génio difícil. Minha forma esquezita de tratar as pessoas, minha forma esquezita de esquecer fácil as pessoas. Ou fingir que se esqueceu. Porque sempre é assim: Fingir. Fingir que ama, quando é recente, você finge que seu mundo depende daquilo, daquele amor, daquela pessoa. Finge que ela tapa mesmo todos os buracos feitos por outras pessoas, e depois, tem o fingir do fingir. Fingir que o que já se fingiu, é apenas mentira. Aí, você sussurra pra si o quanto já amou outra pessoa, o quanto o seu amor era apenas um aproveitamento do que lhe dispunham. Pronto, agora você finge que não ama mais, que nunca amou, e acaba fingindo que o fulano de tal, que acabou de conhecer é mais favorável. Então, finge que ama. Sempre finge. Pra que se preocupar com as pessoas que vão ficando pra trás? Se, no final de tudo vai ser apenas uma pilha imaginária de pessoas sem utilidades, distribuída por suas qualidades? Sim, vai. Porque o amor é aproveitador. Você ama pra esquecer, pra disfarçar, ama pra aproveitar, ama o que te faz bem, o que te compensa. E quando não mais compensa, você simplesmente não ama mais. E lá está, mais um na pilha. Mas é justamente essa pilha que me intriga, porque quando você sente que ta perdendo uma parte, você corre, corre e ajeita, estica daqui, puxa dali, emenda, inventa, convence... E quando consegue ajeitar a base, outra parte parece que vai despencar. Esse é o problema, você nunca consegue abandonar totalmente
que já lhe foi útil, porque ainda poderá ser útil; como uma tecla rápida de socorro, como se a utilidade se estendesse. Quem sabe você não precise futuramente? Pra que correr riscos? Quem sabe. Mas é, você termina assim. Uma hora a pilha pesa, lota. E você, fica correndo de lado em lado, de ponta em ponta tentando segurar a barra, não deixando nada cair. E é nessa hora que você percebe que te falta tempo pra dar continuidade à pilha, porque a manutenção te ocupa tanto! O amor é isso, é essa necessidade egoísta de segurança, de afeto, de compreensão. De alguém pra te segurar quando você estiver se afogando, ou pra você afundar na água e usar como bóia, tanto faz, o importante é você se salvar. É você estar bem, é você continuar vivo. Mas nem todo mundo cabe á essa pilha, porque além de mesquinha, é preconceituosa, só vai pra lá, quem realmente te convém, porque a maioria você simplesmente joga fora.

quarta-feira, abril 21

Não pense


Quando eu penso muito, não saí nada. Cada ideia se bifurca, então o elo morre, a incoerência vem à tona, a chave não se encaixa na porta. Quando eu não penso: Escrevo. E cada trecho sem começo nem fim, cada apenas trecho, é uma controversa. Um mente, um anula, outro desmente; Igual a mente da gente. Ora concorda, ora discorda, só o que não faz, é ser indiferente. Se não minto ao escrever sobre a mente, é por ver que tudo é possível, tudo é verdade, mesmo quando a mente é de quem mente. Eu nem penso, eu escrevo. Uma ideia que se bifurca, se enraíza, une-se à outra, se completa. Não há quem mente, a incoerência é aonde tudo tende, somente quando você pensa muito. Então não pense: Escreva!

Ex-i-gente


Eu acordava todos os dias, esperando mais do que estava por vir e dormia todas as noites, querendo mais do que havia acontecido. Eu escrevia inúmeros trechos terminados: não. Inacabados, eis que nunca eram suficientemente bons. Eu fugia, conhecia lugares, que nunca me satisfaziam completamente. Então bebia, mas nenhum grau da loucura era satisfatório às minhas necessidades. Eu fazia coisas erradas, eu ria com uma postura erronia do acontecido, mas nunca fora completamente engraçado. Haviam pessoas, diferentes e iguais e havia eu, o caracterizado descontente, então eu mentia, eu fugia, eu imaginava, inventava. Eu pensava, criava, mudava, praticava, sonhava, mas quando realizava, nada era suficiente.

sexta-feira, abril 16

Deixa eu morrer por você


Eu precisava daquele amor doentio, de ligar desesperadamente esperando que me atenda
sabendo que retornaria a ligação quando a notasse. Um amor que exigisse que meu armário fosse renovado, mas que implicasse todas as vezes que eu gastasse cinco centavos, e , fizesse mil caretas enquanto eu provo alguma troca que o agradasse. Um alguém que até despenteado fosse incrivelmente lindo, que o tom de voz me corresse, e que o seu ciúme tomasse conta. Alguém por quem eu não me importaria de carregar as sacolas ou andar apé na chuva, que me fizesse experimentar o sorvete que não gosto, e que mudasse o meu corte de cabelo. Um amor persistente, comandante, possessivo, daqueles que escolhem o filme e não desviam o olhar enquanto observam, ignorando suas milhares de tentativas. Um amor que me usasse, que me consumisse. Alguém que implicasse com todos meus amigos e que ao mesmo tempo, não daria a mínima atenção ás mil provocações que seriam feitas. Alguém pra pedir massagem nas costas e reclamar da minha inexperiência e pedir que tire suas meias. Alguém por quem eu acordaria as madrugadas somente pra preparar um leite quente ou trazer um copo d'agua. Alguém que me negasse beijos, mas que quando os retribuísse, me fizesse pirar com um simples toque, sempre deixando um gosto de quero mais pelo corpo todo. Alguém a quem eu desejasse enquanto durmo, enquanto acordo, escovo os dentes ou escuto uma aula. Alguém por quem eu fizesse loucuras e comprasse flores, alguém que me fizesse brigar por minuciosas e ridículas atitudes. Que, conseguisse acabar com meus vícios, negociando-os com suas obrigações. Que me faria viver com aquele gostinho de quero mais constantemente na boca, um amor que eu choraria por ser só meu, mesmo quando não for, e, que eu esperneie por fingir que é. Mas, que eu me acalme quando esquecer que apenas finjo relembrando do que já me fora feito. um amor que prendesse meus pensamentos, que transformasse meu passado em uma história não minha, deplorável e esquecida. Que me fizesse comer legumes e usar perfume pra dormir que escondesse meu short curto e roubasse os meus livros pra dizer que não prestam. Que deletasse minhas músicas favoritas dizendo que bom mesmo, é ser como ele é. Alguém que se dissesse melhor que todo mundo, e que definitivamente, me convencesse disso. Alguém pra eu sentar numa praça e ouvir qualquer coisa, qualquer frase feita que não se referisse á mim, qualquer conto feliz em que eu não participasse, e ainda sim, fizesse-me feliz pelo simples mover dos seus lábios. Um amor que me castigue, quando eu não merecer ser punido, um amor que me doa, que me arranque pedaços, que me mate em cada briga ou crise. um amor que faça ter febres, dores musculares, ciúmes e desapontamentos, mas que continue fazendo a minha vida depender daquilo. um amor que mude meus móveis de lugar, que faça a cópia das chaves sem autorização, que mude meu nome e dê meu quadro favorito para caridade. um amor que me transforme, manipule, que me faça ser qualquer coisa, que me reinvente, que me crie. Alguém por quem eu esqueça exatamente o que sou agora, exatamente por eu não ter mais aquele alguém, em quem, eu colocava tudo isso em prática.

Tira a mão de mim


Eu sou isso mesmo, desse jeito, sem tirar nem por. Ainda assumo, alguém tinha que ser. Eu faço isso mesmo, dessa forma, sem contestar, afinal, eu assumo depois. Eu sou problema meu: não me tomem como inspiração, mas também, não façam-me suas vergonhas. Porque, não os tomo como alicerce! Eu penso dessa forma, (sem radicalizar), então convença-me de que preciso mudar para aqueles que não mudariam por mim. Compensa?

quinta-feira, abril 15

Nem quero mais fazer


E sabe esse mimos, esses detalhes?! Os dois pontos, o glitter, os penduricalhos no retrovisor, o laço bem dado, os três cubos de gelo, o volume da tv em números pares, os sapatos desvirados. Me assutam, me perseguem... E eu, sem os perceber, e sem perceber, os persigo. Estão lá, o tempo todo, dentro de mim. Passam tão despercebidos, mas vistos agora, que agonia: Não faço nada mais sem os fazê-lo. Que rídicula essa idéia de perfeição. Não arrumo mais a cama, não olho mais no espelho, nem como direito pra não tê-los enroscados no meu aparelho! A capa do trabalho, nem a fiz. A camiseta amorrotada nem vesti. E, é tão sem querer, que por não ser perfeitamente detalhado, tantas coisas deixo de fazer. E sabe esse blog, estes textos, as imagens?!

Armadilha


Quem disse que a solidão é solitária, é porque só a viu de longe. Ela nunca sofre sozinha! Ta aí a verdade, ela te rouba, se apossa. Solidão gosta mesmo é de companhia, e quando te pega, é tão desprevenido, que quando ver, já está só - e completo - repleto em estar completamente só! Enquanto a infelicidade procura seus aliados, ela espera: Quando você menos esperar, vai cair nela. E aí, é da pior maneira... Sozinho a dois, sozinho a três. Quantos for, ninguém mais te compensa, nada salve-te de si mesmo. Porque agora, tudo já faz parte de você.

Só não me beija

ELE: Sabe, é uma madrugada e meia. Longa, dispersa, ocupa tanto minha mente que se torna duas, três. e é fria, daquelas que você deseja um chocolate quente, um par de meias e alguém pra deitar ao seu lado. Alguém pra te esquentar, mas não aquele calor corpo a corpo, sem cobertores separando o essencial. Faz-me falta aquele perto caloroso, a mão entrelaçada, o beijo na testa. Você me liga então, faz propostas engraçadas, mas não faz-me rir de humor. Que vergonha! Questiono enfim, esse querer absurdo, que mesmo sendo reciprocamente desejado no segundo exato, decai tanto na idealização. Eu sinto um amor protetor, um dedo que delineia os cachinhos do cabelo, uma mão que veste o abrigo. E me deparo com a controversa: Das mãos que bagunçam o cabelo. Que chocam, que gritam. Me aqueça! Mas eu visto suas meias, só peço: deixe-me congelar nesse frio.



ELA: Esse querer é tão distante, mas me basta. Me comove suficientemente te ver afofando meu travesseiro, reclamando do sinal da tv, daquele sorriso ligeiro que nasce e morre num piscar de olhos. Aonde está a boca que umidece os lábios? Não, não está aqui. Não são os lábios que mordem, que sugam, que pedem. Essa range os dentes, os trincam de frio, e, queres este frio! Boca e dentes, que não se importam do alface estar grudado na frente... Mas mesmo assim, é tanto querer. Não cabe só em mim, porém, cabe na incerteza, naquele medo do risco, do nada mais ter: então me basta. Não exigo que me ame com o mesmo querer, se peço em orações são segredos! E a você, não convém. É imenso, tão profundo que as vezes nem sei se há mesmo de dividir, duvido que gostaria que também me amasse assim, então fica por ficar, ser por existir. Procuro acreditar que seja melhor assim. Mas, me atende! hoje faz 15 graus. Tenho café, tenho filmes: prometo não denunciar-me com a espessura dos cobertores.

terça-feira, abril 13

Dividindo


Não dói mais em você quando é necessário dizer a verdade. Nem quando é preciso assumir o que gostaríamos que não fosse real. Acredite, não é menos doloroso pra mim, assim como não é mais fácil pra você suportar. Eu sei que você também sente falta, sente vontade, sente medo. Eu sei o quanto isso também queima no seu peito. O quanto seu abraço suplica a minha presença, e o quanto você gostaria que eu também dissesse o mesmo. Você também pensa que tudo é uma mentira, ao menos gostaria que fosse... Porque também não quer acreditar que metade do erro é somente seu, e não aceita que apenas metade da solução está em minhas mãos.

Explícito



Querer ser outra pessoa é um desperdício da pessoa que você é. Querer amar o que não se ama, é um desperdício do tempo que você tem. Querer aceitar escolhas que você não aceita, é um desperdício do que você pode ser.

Onde inicia o infindável


Suas únicas escolhas são: escolher ou não.

Juventude impermeável


Deveríamos guardar nossas opiniões para nos mesmos e nossa capacidade de persuasão pra quem devemos explicação, porque só é mais revoltante ver alguém com a ideia mais erronia existente, quando não percebem o quanto é irrelevante sua tentativa de intervenção.

Eu o amo, eu o odeio


Tantas vezes eu já escrevi sobre você, mas assim como tudo o que sinto, era completamente descontrolado e indefinível. Quantas vezes eu comecei um texto, usando-te como referencia para englobar doçura e saudade, e acabei com raiva e dor? Quantas vezes, deixei ideias pela metade, sentimentos por entender. Mas de toda essa fácil desordem, eu consegui colher algo bom: A incerteza que me vem a mente quanto lembro de tudo, me faz feliz. Não completamente, mas suficientemente feliz. A incerteza de que gostaria de vê-lo só pra dizer o que foge imaginação. O medo de vê-lo e sentir algo surpreendentemente novo e inesperado. A decepção de me tornar indiferente quando eu me deparar com a frieza. Sinto-a agora, neste instante, sendo digerida pela insiguinificancia... Tanto fria quando árdua, me queima. Não importa: me maltrata! Me come, me consone, me mata. Se é sorriso: Ironia! Se é lágrima: Falsidade!

Futuras piadas


Colocar um ponto final em uma história, é como dar pontos em uma ferida: Você precisa se machucar, precisa sangrar. Precisa dizer que não quer, que não vai deixar. Acaba então, pedindo desesperadamente que segurem sua mão. E, no final, ela seca, deixa uma marca quase invisível, mas que ainda lhe rende muitas exemplificações e inícios de conversa. -Já pode cutucar, não dói!

Indocilidade


Quanto menos eu me revelava ao mundo, mais de mim restava. E esse mim, vivia, enquanto o mundo me procurava. Então, me escondia, me ocultava. E quão maior essa resguarda, mais de mim havia pra quem estava dentro. Me poupando exageros, como mais exagerado era. Fui me esquecendo de qualquer exterior e se duvidavam, pouco importava: Enquanto julgavam minha vida, eu conjugava o viver.

segunda-feira, abril 5

Reprogramamento pessoal


Se me pedissem pra escolher uma cor, eu responderia de imediato: AZUL! E, se me perguntassem o meu chocolate favorito: COM AVELÃS! Mas, se essas perguntas fossem feitas a cada ano, imensa seria a probabilidade das respostas mudarem, é gigantesca! Não subestimando a minha ficção pela cor do céu, ou meu paladar, mas sim, levando em conta a eterna mutação humana. Eu ainda acrescentaria: Não menti à cinco anos atrás! E essa farta possibilidade de preferências, nos atingem a todo instante. Não é necessário amar algo continuamente, para assumir que amou, e mais que isso. Essa certeza de que não mais se sente o que sentira, é a prova de que um dia já se sentiu. Uma coisa é certa, nada é eterno. No máximo, eterno comparado ao vital... Mas a certeza interrupta é incerta e o valor da verdade é temporal. Tão contestável, quando sua cor favorita, que muda, quando você muda também. Tudo é mentira, mas pelo contrário: a certeza é paralela a incerteza! Precisamos contestar, comparar! Indispensável é apenas, a locomoção das ideias e essa disponibilidade de julgamento nos leva a um único lugar: CAOS. Se me perguntassem o que é certo, eu responderia: Caos! Caos! O mix da indecisão é a incerteza de nossas afirmações, quando, contestamos o habitual... Porque é inteiramente certo apenas o não radical... Ou não! Esse termo tanto em agrada. Ou não! É tão bom dizer, com toda certeza, o que me agrada... o que é mutável, completamente mutável... Mas mesmo assim, não me assusta. O mundo muda, mas eu mudo tão mais rápido. Talvez não no ano que vem: Caos! A sobrecarga da controversa, o caos carrega, o caos sobrecarrega. A sobrecarga se reprograma... é automático. caos!