"Para existir grandes escritores, devem existir grandes espectadores também."

terça-feira, abril 27

Purpurina


Saudade não, isso pra mim não existe. Não mais agora, que passei a ver a vida como um punhado de purpurina. Tão pequena, frágil. Linda. Reluzente, porem leve. Tão leve que é levada pelos leves sopros que impomos, e, guiada pela brisa do acaso. É mágico ver aquelas míseras partículas contagiantes dançando pelo ar, mesmo sabendo que elas nunca voltarão. Mesmo sabendo que nunca cairão no mesmo lugar. Ainda é mágico, ainda é lindo. Mas é lindo exatamente pelo processo não se repetir. Cada sopro é único, e lindo. Saudades não te fazem ver o próximo sopro, nem assistir a próxima brisa. Então por mais que seja curto, não perca o gostinho de brilhar um pouco. De se perder por aí. De voar. Esqueça o pouso, concentre-se apenas em se perder por aí. Por aí.

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