"Para existir grandes escritores, devem existir grandes espectadores também."

quarta-feira, março 31

Brilho im-própio


Não. Eu que devo me desculpar. Mesmo sabendo que você não pediria desculpas por nada, eu insisto. Eu quem devo. Eu, por pensar, que você era melhor. Por depois, achar que você era tão ruim, tão ruim ao ponto de não desejar nem mais pensar, e, rir de todas as promessas ridículas que já me fez. E neste instante, pensando nelas e na sua postura controversa, lá vai: Eu sinto muito! Sinto por ter acreditado em você por tanto tempo, por ter acreditado em você quando você já havia desistido, e, por traçar seus passos quando você já não tinha mais rumo pra decidir. Eu sinto muito, por ter dito que meu amor era recíproco, e sinto mais ainda por saber que não era. Nunca foi. EU sinto muito. E você, sabe que se tão verdade fosse, não acabaria assim, sem fim. Esquecido, sem repulsa ou fobias. E se quer saber, eu não desacredito em você, porque aprendi que são inúmeras as formas de amar, e por mais dolorosas que elas sejam, ainda são feitas de amor. Como toda dor... Lá no fundo
é feita de amor. Como o orgulho, que é amor demasiado por sua convicção. Como a saudade, que é amor demasiado por tudo que se passou. Como a desilusão, que é amor, demasiado por uma ideia nunca concretizada. Como a infelicidade, que é amor, amor demasiado por um recurso não atingido, uma teoria não acessível! Lá no fundo, tudo é amor. E eu sei, que toda essa sua postura indefinida, essas sua maneira nunca convincente, essas suas juras duvidosas... Lá no fundo, é somente amor. Mas não por mim, nem por ela. É amor pela lua, e, pela sua dor incompleta, por sua vaga felicidade. Por esse buracos auto flagelados que explodem em você a cada segundo, os mesmo que olhamos e dizemos: Lá está São Jorge! Mas são apenas sombras, fundamentos de histórias que os pais contam aos filhos enquanto pegam no sono. O mesmo amor, esse amor que defende, que cerca, que ilude. Um excesso de compaixão contestável. E sim, eu devo me desculpar. Por neste instante, te achar a maior piada humana existente. A mais vaga porção. A mais densa incerteza contestável. A mais plausível, errante, a mais ridícula, a mais invalida, e agora... a mais transparente mentira ambulante. O coelho da pascoa, a fada dos dentes. Apenas um eixo, que procura tapar uma decepção logo revelada. Eu sinto muito, mas lá vai: Tente acreditar que é tudo excesso de amor. E PROVE! Continue provando como sempre fez, vistindo as asas de glitter ou entregue bolas de chocolate no domingo. Pois enquanto alguém ainda acreditar, você seguirá em frente. Mas eu,lembrando-me de você, lembrei-me da Lua... Porque a Lua não tem brilho próprio: A luz da Lua que a gente vê é, na verdade, a luz do Sol refletida pela superfície lunar.

domingo, março 14

Incomplacência


O que me incomoda no amor que sinto, é a significancia e eficácia de todo um amor indesejado, porem necessário e irrevogável. Não diria erro, porque depois de toda a dor que fica quando eles se vão eu ainda sinto que vale a pena, e que um coração só pesa quando ele está totalmente vazio. E essa justificativa é a mais eficaz quando me pergunto porque os abandono pelo caminho, como pertences supérfluos que me pesam na mochila. Porque eu sei que mesmo quando as tiro da minha vista, elas continuam dentro de mim, e seguir o meu
caminho, talvez prove á elas que eu nunca fui tão essencial assim. Talvez prove que me aliviando da sua revolta ou saudade, eu viverei em paz. Prefiro continuar amando-as a distancia, do que vê-las desmanchando-se em lágrimas pro mim, por uma amor gigantesco que eu tenho, mas que não não consigo por pra fora, e que ninguém é capaz de compreender. É isso que me faz sofrer mais, a certeza de que o amor é só meu, que ele me domina, e que não importa o quanto eu caminhe ele continuará ao meu lado, imitando meus passos, assombrando a minha dor. Uma dor que é só minha, uma decepção que cabe somente a mim reviver. Um arrependimento doentio que maltrata todos os dias quem não é capaz de lidar com aquilo que é maior que si mesmo, no meu caso... o amor. Um amor que não acaba, que não mingua, um amor que não se transfere. Que apenas se multiplica e fica anexado a todas as pessoas que são cobaias dessa minha mania de amar, de querer, de sentir, de experimentar. E que no fim, nunca entendem esse meu modo de amar, e quando eu não vou, elas que se vão, deixando pra mim algo pior do que a insuficiência, deixam suas juras e julgamentos, suas cruéis ideias elaboradas, que nunca, caberiam à mim. Por isso eu prefiro, por mim mesma, mudar meu destino todas as vezes que olho em novos olhos e sinto meu coração batendo acelerado. Ate hoje, não descobri cura melhor para o amor, do que amar mais e mais.

quinta-feira, março 11

Eu volto


Ela nunca mais tentou, e assim preferiu. Por mais uma vez que podia pregar incertas promessas, não quis. Podia ter reservado o seu espaço em mais um coração, com uma migalha de palavras doces e um significativo presente barato, mas assim não o fez. Não quisera, como sempre, garantir algum lucro. Pois lucro nenhum ali valiam, perto de possíveis lágrimas que rolariam com a vinda da decepção. Não a quisera ver borrando os olhos, mas não estocou lenços em sua mochila, preferiu apenas, não engrandecer motivos para o choro. O colo, não era mais prometido, o abraço, esquecido. Apenas o passado ainda vivia, uma perdida cena de sorrisos que não fora esquecida por gritos nem confusão. Vegetava a tal cena, de tanto que já nem era possível recordar. Poupou-lhe a dor aguda, os cabelos pelo chão, as cinzas de álbuns de fotografias. Poupou até, ouvidos alheios. Era ridicularizadamente racional, poupando-lhe tudo e dando-lhe adeus. Ela nunca mais tocou na ferida aberta, nem na cicatriz quando delineada. Apenas deixou viver, ameno. Sem o tão completo, mas poupando-lhe o tão doído. Era o necessário, nunca tirou o essencial. Não gritava sua dor para não doer aos seus ouvidos, nem batia na porta todas as madrugadas mendigando um sofrimento proporcional. Não quisera medir sua dor, e jamais gostaria que ela fosse recíproca. Poderia durar dias, ela nunca se esqueceria. Assim preferiu. Poderia durar meses, ela nunca mais tentou. Assim poupou. Poderia durar anos, ela nunca desistiria. Poderia durar uma vida toda, ela nunca precisou de mais provas. Mas, por enquanto, ela sabia que não duraria tanto, e o seu plano, era um dia voltar. Dessa vez, a dor nem sua mais seria,pois dor não mais haveria. Só existiria a esperança, e ela ao se deitar pedia aos anjos protecção, e se sua atitude proporcinasse dor, pedia aos anjos antidutos humanos, alheios que a substituíram enquanto ela apenas pedia sua proteção. E, todas as noites, ela dormia pedindo aos anjos que nunca a esquecesse, e que sua ausência irracional, tivesse algum feixe de luz. Pedia que aquele amor não fosse somente dela, e em troca, jurava afogando-se em lágrimas que quando amasse tudo o que puder amar, que quando sentisse tudo o que pudesse sentir, que quando vivesse tudo o que pudesse viver... Prometera, que voltaria para busca-la.

segunda-feira, março 8

Que mentira falar de amor


O que mais me entristece no amor, não são seus embaraços nem suas reações... Tampouco o gosto de vazio na boca seca, arrepios ou lamentações. È sua parte mais tranquila que me assusta, quando tudo vai acontecer e nada mais pode ser feito. Aquele feixe que lacra o encaixe, pronto, porém imperfeito. São suas vãs promessas decapitadas, sua coragem abalada e seu silencio sereno. O que mais me assusta no amor, é o seu ponto de equilíbrio, porque amor é antónimo da razão. Aquele fim breve, aceito, amado. Amargo fim desejado. O que mais me angustia no amor não é o quão pode ser abalado, mas sim, o quão é irrelevante ser restaurado... falar de amor, então, soa pateticamente inútil. Revoltantemente ameno. Sem sal, nem açúcar. É essa etapa do amor que me assusta! Sua explicita insiguinificancia. Não quando morre, mas quando deixa morrer. Se tornou mentira falar de amor, quando não mais falo de você. Quando as póstumas certezas me bastam, e o medo do risco me alimenta. Pra quem me admira, peço-lhe desculpas! Também por ser vago. Oco. Nulo. Insiguificante! Como o amor que fiz assim ser... Não o amor que mata, mas o amor que deixo morrer. Me arrependo, mas se não falo verdades de amor... É porque não são ditas sobre você.