"Para existir grandes escritores, devem existir grandes espectadores também."

domingo, março 14

Incomplacência


O que me incomoda no amor que sinto, é a significancia e eficácia de todo um amor indesejado, porem necessário e irrevogável. Não diria erro, porque depois de toda a dor que fica quando eles se vão eu ainda sinto que vale a pena, e que um coração só pesa quando ele está totalmente vazio. E essa justificativa é a mais eficaz quando me pergunto porque os abandono pelo caminho, como pertences supérfluos que me pesam na mochila. Porque eu sei que mesmo quando as tiro da minha vista, elas continuam dentro de mim, e seguir o meu
caminho, talvez prove á elas que eu nunca fui tão essencial assim. Talvez prove que me aliviando da sua revolta ou saudade, eu viverei em paz. Prefiro continuar amando-as a distancia, do que vê-las desmanchando-se em lágrimas pro mim, por uma amor gigantesco que eu tenho, mas que não não consigo por pra fora, e que ninguém é capaz de compreender. É isso que me faz sofrer mais, a certeza de que o amor é só meu, que ele me domina, e que não importa o quanto eu caminhe ele continuará ao meu lado, imitando meus passos, assombrando a minha dor. Uma dor que é só minha, uma decepção que cabe somente a mim reviver. Um arrependimento doentio que maltrata todos os dias quem não é capaz de lidar com aquilo que é maior que si mesmo, no meu caso... o amor. Um amor que não acaba, que não mingua, um amor que não se transfere. Que apenas se multiplica e fica anexado a todas as pessoas que são cobaias dessa minha mania de amar, de querer, de sentir, de experimentar. E que no fim, nunca entendem esse meu modo de amar, e quando eu não vou, elas que se vão, deixando pra mim algo pior do que a insuficiência, deixam suas juras e julgamentos, suas cruéis ideias elaboradas, que nunca, caberiam à mim. Por isso eu prefiro, por mim mesma, mudar meu destino todas as vezes que olho em novos olhos e sinto meu coração batendo acelerado. Ate hoje, não descobri cura melhor para o amor, do que amar mais e mais.

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