"Para existir grandes escritores, devem existir grandes espectadores também."

segunda-feira, março 8

Que mentira falar de amor


O que mais me entristece no amor, não são seus embaraços nem suas reações... Tampouco o gosto de vazio na boca seca, arrepios ou lamentações. È sua parte mais tranquila que me assusta, quando tudo vai acontecer e nada mais pode ser feito. Aquele feixe que lacra o encaixe, pronto, porém imperfeito. São suas vãs promessas decapitadas, sua coragem abalada e seu silencio sereno. O que mais me assusta no amor, é o seu ponto de equilíbrio, porque amor é antónimo da razão. Aquele fim breve, aceito, amado. Amargo fim desejado. O que mais me angustia no amor não é o quão pode ser abalado, mas sim, o quão é irrelevante ser restaurado... falar de amor, então, soa pateticamente inútil. Revoltantemente ameno. Sem sal, nem açúcar. É essa etapa do amor que me assusta! Sua explicita insiguinificancia. Não quando morre, mas quando deixa morrer. Se tornou mentira falar de amor, quando não mais falo de você. Quando as póstumas certezas me bastam, e o medo do risco me alimenta. Pra quem me admira, peço-lhe desculpas! Também por ser vago. Oco. Nulo. Insiguificante! Como o amor que fiz assim ser... Não o amor que mata, mas o amor que deixo morrer. Me arrependo, mas se não falo verdades de amor... É porque não são ditas sobre você.

2 comentários: