"Para existir grandes escritores, devem existir grandes espectadores também."

sábado, setembro 11

Manual


Os olhos úmidos e a garganta seca, desproporcional. Não há mais nada em seu devido lugar, pelo fato de haver alguém no seu lugar, no meu, no nosso, naquele, naquilo. O antigo ocupado, se torna o preciso esquisito, perdido-esquecido. E por mais que a gente repita o quanto tudo tá errado, menos certo fica. E não acostuma, não é matéria decorativa, não é de pensar. Apenas sente. Sente o nariz ardendo e a garganta quente, e a gente pisca pra desfazer o que vem por aí: Controla as lágrimas, mas não controla os motivos. E a gente olha pra cima e pisca, achando que elas voltam de onde vieram. Mentira. Não de desfaz o que foi feito, resta então olhar pra cima. Controla as lágrimas, controla o medo, controla as lembranças e respira. Mas esquece que quanto mais alto olha, mas pra baixo a gente fica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário