"Para existir grandes escritores, devem existir grandes espectadores também."

quarta-feira, dezembro 9

Troféu


Eu me sentia mais a vontade chorando sozinha - soava como menos covarde e mais confortante. O Fim. fora o máximo que alcancei depois de tempos esculpindo a saída. Saída que agora de tonava embassada aos meus olhos inundados de lágrimas. Meu esforços foram em vão. Meu planos foram em vão, e provavelmente. Meu sofrimento seria em vão, já que agora não me importava o detalhe de estar viva. Viva! Doía em minhas entranhas a circulação de vida escarneada que tanto me incomodava. Ardia em meu peito frágil tamanhas pulsações sem controle. Eu sentia cada terminação do meu corpo latejar enquanto minha mente era entorpecida pela droga mais eficaz que fora me apresentada: Tua ausência. Eu desejava não estar ali, não ser o elo que unia aquela situação. Eu desejava não estar presente nos teus dias, e desejava ainda mais que tudo se apagasse da minha memória. Eu podia não querer sentir; podia não demonstrar, só não podia... Não sentir. Embora a cicatrização da minha ferida exigisse algo extremamente válido e irrecuperável, eu daria. Minha alma. Alma que fora útil enquanto minha áurea sorria, apenas por senti-lo por perto. Algo que eu sabia que jamais voltara, então como defesa pouco inteligente, eu estava ali, me cortando em pedaços. Uni-os com as partes dilaceradas dos meus sentimentos e celei com a parte fundamental, minha alma - que agora não trazia nada apreciável. E joguei-os pelo abismo decadente, antes de mergulhar atrás. Eu posso jurar que só pulei para recuperar o que pensei que - por tua culpa - era insiguinificante. Porque eu jamais admitiria que morreria por você. Era um troféu que eu jamais lhe entregaria.

2 comentários:

  1. Não dá pra não ler e reler quantas vezes necessárias forem, só pra que retire toda dimensidade de entendimento de cada palavra, frase ou expressão.
    É você, é o que você escreve, é o que eu paro pra entender mesmo que ultrapasse qualquer entendimento dos seres comuns incapazes de enxergar que tudo tem um outro significado pra ser decifrado.

    Eu te amo

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