"Para existir grandes escritores, devem existir grandes espectadores também."

quarta-feira, dezembro 9

Morte do fracasso



E agora eu sorria para meu fracasso enquanto ele me fitava e aplaudia. Um elo incoerente, eu apreciava seu gosto adocicado, provavelmente desconhecido enquanto era admirada por tamanha audácia. Unidos - e mais que isso. Interligados. Por razões, consequencias e fatos. Estávamos de mão entrelaçadas desfrutando de uma estranha sensação agradável. Um aceitava o outro,sem que a dor me fizesse desistir. Confiei no que ninguém jamais acreditaria, eu era levada mesmo incerta dos meus passos. E fora essa nova descoberta que fizera o fracasso criar sobre mim uma estranha relação afetiva. Acabei, por fim, melhor do que sempre ao despencar do abismo infindável. Unida ao meu pior pesadelo, desfrutando da amargura de estar consciente sobre a perca da batalha. Intacta. Aonde nada além daquilo podia me ferir. Afundei-me em apenas um erro ao invés de tropeças em outros mais tentando fugir. Aliada ao meu pior inimigo, sussurrei ao tintilhar das taças... Uma guerra não é feita de uma batalha. Havia apenas um de nós ainda vivo ali, e sabendo que não era eu, sorri, ao saborear o cálice de vinho envenenado.

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