"Para existir grandes escritores, devem existir grandes espectadores também."

terça-feira, janeiro 5

Limitação de um ser

Corpos não me admiram por serem sempre tão iguais, tudo aonde deveria estar. Cada parte conectada, cada músculo esculpido. Réplicas de um manequim padrão. Um exercito de carcaças confundíveis, artes mais limitadas de um ser. Um ser sempre finito, consequentemente previsível, onde reina a dor. Fraco e dependente, escravo das lágrimas e do medo, perseguidores do desejo, viciado em si mesmo. Um ninhos de feridas, máquina que cascas, saco de lascas dos pés ao coração. É fechado, atrapalhado, empilhado. Uma casca que produz cascas. curativos de ferida, curativos do coração. Remendas que cegam a solução. Pobre da alma habitar um corpo, a fortaleza do seu mundo pessoal, suas regras são suas punições. Suas mentiras se camuflam diante de um único juiz pessoal. O corpo é a minha maior limitação, gosto da diversidade das formas, dos tamanhos, da amplitude da profundidade, mas enquanto o mundo for guiado por corpos, serei despercebida, desnecessária e incompreendida. Até manipulada por aqueles que expõe o que de melhor possuem. Corpos.

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