"Para existir grandes escritores, devem existir grandes espectadores também."

quinta-feira, fevereiro 18

Contido


As vezes eu adio coisas por pensar que sempre vou querer...
Quanto mais eu desejo algo, mais tempo leva pra mim concretizar
por pensar que o desejo nunca...
É costume adiar aquilo que se quer com fervor, por pensar que o incondicional
desejo nunca morrerá, independente de supri-lo no momento em que o descobre...
Mas infelizmente, amamos para sempre, mas nunca da mesma forma...
Você já se deparou com algo completamente impossível? Algo que dependesse mais do que de apenas você, que estivesse nas mãos de outra pessoa, e que essa pessoa jamais atenderia seus pedidos? E quando os pedidos nem ao seu alcance estão? E quando nem a pessoa está a seu alcance?
Muitas vezes deixamos de amar alguém por não conseguir enxergar o quanto isso é visível...
Eu por muito tempo achei que não...
Hoje eu lembrei de quando...
Eu não sei como falar isso, nem sei como assumir o que não sei se sinto sinto sua falta...
QUEM VOCÊ ESTÁ TENTANDO ENGANAR? Se escondendo atrás dos seus próprios medos
acabou deixando o que sempre temeu nos outros, dominar você também, você acha que é grande coisa? você pode ter sido...
Quer saber, eu não me arrependo de nada...
Eu odeio muito você.

As palavras não saíam mais da ponta dos dedos, e quando vinham, eram embaralhadas ou faltando partes. Quando eram lidas, cortavam por dentro à cada pulsação e desenfreava o cansado coração. Um dia, por serem contidas, elas se empilharam, enroscando pernas e braços, amontoadas ficaram até alguma antiga mágoa abrir o baú. Mas agora, estavam petrificadas em suas posições adormecidas. Não se distinguiam, nem se nomeavam. Não mais se diferenciavam nem se definiam, permaneceram mumificadas todas as vezes que tentou deslocá-las. Agora eram lápides de sentimentos adormecidos e lágrimas caladas, com o sabor do nó da garganta e o peso da consciência pesada. Eram velhas e inúteis, desapropiadas para o momento, porque em seu tempo foram estocadas. Não mais mudariam de posição, nem tanto se resconstituíriam. Era até impossível esperar que as sucatas se renovassem, e que o silencio virasse matéria-prima. E assim, continuariam por toda a eternidade, calando sentimentos e contendo emoções. Banindo ações e recordações. Eram apenas fontes de cortes que as cicatrizes estava cansadas de saborear. Um velho fim para o amor contido, desistiu e se calou, não sei se fora por fraqueza ou por rancor... mas fora cavada novamente duas lápides, lado a lado... Uma para ele, e outra para o imenso amor.

3 comentários:

  1. eu sei que é tudo pra mim.....

    ResponderExcluir
  2. Eu juro que não a conheço, mas uma coisa posso lhe dizer, como experiência própria, ao dizer que as palavras ficaram mumificadas, estáticas, mostra uma evolução psicológica gigantesca, pois somente pessoas "sóbrias" conseguem nomear seus sentimentos e definí-los, as palavras deixam de ser o enorme amontoado de lixo e passam a se encaixar perfeitamente na descrição daquilo que você sente. Gostei das metáforas belamente construídas com muita erudição.

    ResponderExcluir