"Para existir grandes escritores, devem existir grandes espectadores também."

quarta-feira, julho 28

Carta


Eu pensava que nunca aconteceria, e você podia jurar que era impossível. Mas não era era. A gente acha que não pode, mas pode, a gente acha que não acontece, mas acontece. E a gente acha que não suporta, mas quer saber, suporta. A gente suporta sim, suporta porque engole tanta coisa seca e amarga ao longo de tudo, que quando se depara com metade de uma certeza, metade de uma dor, metade de um medo, metade de uma escolha, engole. Engole fácil. Porque as metades são sempre mais doces, e são o que sobram das coisas impossíveis. Eu achei, a gente achou, eu errei, você errou. Tanto, que agora não é tão difícil engolir a parte doce das coisas impossíveis. Porque no fundo continua parecendo surreal e desmembrável, pra ser desfeito, fácil e simples como foi feito.
Não vai durar, não vai durar. A gente sempre acha que o nunca, nunca dura. É duro, mas dura, e as vezes dura tanto que a gente esquece o que pode, o que jura, e o que era. É triste mais a gente vai rabiscando novas letras no mesmo papel, as palavras às vezes se repetem, as vezes são escritas com tanta força que o rasgam. Essas vezes doem, mas passam. Passam porque você aprende que quão mais força você põe no papel, mas rápido a ponta do lápis desgasta, desgasta, desgasta, desgasta, desgasta...

3 comentários:

  1. seus textos realmente sao muito lindos ! Parabens pela criatividade

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  2. Cara.. como consegues se expressar tao bem com as palavras? Não conseguiria nem 1/5 disso.
    Tá de parabens.

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  3. Obrigada meu amores, obrigada mesmo!

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