"Para existir grandes escritores, devem existir grandes espectadores também."

sexta-feira, outubro 2

Cérebro matando o coração


Idéias - por mais que concretas - eram realmente cruéis aos meus sentidos. feriam-me a cada batida e eu podia sentir meu peito sendo dilacerado enquanto a maior parte das teorias de salvação passavam despercebidas aos meus olhos. Dentre a tantas pulsações, alternadas eram as que bombeavam sangue; por muito tempo a maioria só estava lá, presente e dolorida, mas cessava. Falhava. Se perdia. Dissolviam em meio a ausência de vida, doíam a cada aperto, mesmo quando eram ausentes. Eu podia tocar o vácuo em que desaguava meus sentimentos, e a capacidade de flutuar se tornava cada vez mais real. Em meio ao meus incómodos, o que despertava augústia era apenas sentir. Assim, se compreende a amargura dos fantasmas; deles tudo se esvai, cada parte é retirada e cada pedaço se decompõe, restando para si, apenas a dor. A dor de ter se tornado o que é.

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