"Para existir grandes escritores, devem existir grandes espectadores também."

segunda-feira, julho 12

Solitário


Contente por seu descontentamento, feliz. Procede satisfeito pela sua insatisfação, explícito. Não tinha muita coisa, nunca tivera. Não perto do que cobiçava, seus olhos eram como um novo amor, contente-inocente, mal sabia sua profundidade. Também nunca reclamava, guardava pra si as ofensas que se via merecedor. Doava aos outros, falsas virtudes que eram convencíveis. Convencia e seguia, seu foco era à si próprio, não qualquer outra pessoa do mundo. Ligava sim para o que pensavam à seu respeito, e cuspia ao dizer "Pense o que quiser de mim". Bruto, arrogante. Boiava em suas tardes perdido no seu ego gigante, à noite, caminhava na areia que engolia todo seu oceano. A verdade. Conhecia seus extremos da mentiras, nunca enganou a si mesmo, antes pudera. Era inteligente demais, sabia mais coisas, cantava mais musicas, conhecia mais lugares, provara mais sabores, e, era infeliz. Todas as noites era infeliz, quando a multidão sumira e o deixara de frente à si mesmo. Mas nunca se apavorou, o sol nascia todas as manhãs.

Um comentário:

  1. O sol nascendo traz esperança todo dia, e a mudança logo se faz.
    Texto suave neném.

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